Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa é muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas é claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranqüilamente.
Liguei baixinho para a polícia informei a situação e o meu endereço.
Perguntaram‐me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.
Esclareci que não e disseram‐me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:
‐ Olá, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. Putz, o tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros a polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
‐ Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
‐ Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.
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Luis Fernando Verissimo
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“As críticas às prisões preventivas refletem, no fundo, o lamentável entendimento de que há pessoas acima da lei e de que ainda vivemos em uma sociedade de castas, distante de nós a igualdade republicana.”
Sérgio Moro, enquadrando quem critica a Lava Jato
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Eva e a maça!
No início, Eva não queria comer a maçã.
— Come — disse a serpente astuta! — e serás como os anjos!
— Não — respondeu Eva. Virando a cara para o lado!
— Terás o conhecimento do Bem e do Mal — insistiu a víbora.
— Cruzou os braços, olhou bem na cara da serpente e respondeu firme: Não!
— Serás imortal.
— Não! Já disse!
— Serás como Deus!
— Não, e não! Já disse que não!
Irritadíssima, quase enfiando a fruta goela abaixo, a serpente já estava desesperada e não sabia mais o que fazer para que aquela mulher, de princípios tão rígidos e personalidade tão forte comesse a fruta. Até que teve uma idéia, já que nenhum dos argumentos havia funcionado…
Ofereceu novamente a fruta e disse com um sorrisinho maroto:
— Come, boba… EMAGRECE!
Foi tiro e queda!
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