Flamengo também negociou cinco jogadores com times estrangeiros. Os meia-atacantes Matheus Savio e Cafu foram emprestados ao Estoril, de Portugal, o atacante Nixon atuará pelo Kalmar, da Suécia, em 2018, enquanto Thiago Santos e Trindade jogarão na Índia, onde defenderão Mumbai FC e Jamshedpur, respectivamente.
Além disso, o Flamengo anunciou que o zagueiro Rafael Dumas, os volantes Muralha e Luiz Antonio, o meia Conca e os atacantes Gabriel Ramos, Rafinha e Douglas Baggio, além de Paulinho não terão seus contratos renovados e estão fora do elenco do time para 2018.
Essa barca do Flamengo , o que houve com o Conca , joga na mesma posição do Diego, mesmo assim será se desaprendeu.
Já Luis Antonio se não atirou-se na caninha era um bom volante.
Delenda Carthago!
As alterações pendentes são mostradas nesta páginaPágina não verificada
Defenda Carthago!
por Olavo Bilac
Dados de edição indisponíveis
[iniciar]
I[editar]
Fulge e dardeja o sol nos amplos horizontes
Do céu da África. Ao largo, em plena luz, dos montes
Destacam-se os perfis. Tremulamente ondeia,
Vasto oceano de prata, a requeimada areia.
O ar, pesado, sufoca. E, desfraldando ovantes
Das bandeiras ao vento as pregas ondulantes,
Desfilam as legiões do exército romano
Diante do general Cipião Emiliano.
Tal soldado sopesa a dava de madeira;
Tal, que a custo sofreia a cólera guerreira,
Maneja a bipenata e rude machadinha.
Este, à ilharga pendente, a rútila bainha
Leva do gládio. Aquele a poderosa maça
Carrega, e às largas mãos a ensaia. A custo passa,
Curvado sob o peso e de fadiga aflando,
De guerreiros um grupo, os aríetes levando.
Brilham em confusão cristados capacetes.
Cavaleiros, contendo os ardidos ginetes,
Solta a clâmide ao ombro, ao braço afivelado
O côncavo broquel de cobre cinzelado,
Brandem o pílum no ar. Ressona, a espaços, rouca,
A bélica bucina. A tuba cava à boca
Dos eneatores troa. Hordas de sagitários
Vêem-se, de arco e carcás armados. O ouro e os vários
Ornamentos de prata embutem-se, em tauxias
De um correto lavor, nas armas luzidias
Dos generais. E, ao sol, que, entre nuvens, cintila,
Em torno de Cartago o exército desfila.
Mas, passada a surpresa, às pressas, a cidade
Aos escravos cedera armas e liberdade,
E era toda rumor e agitação. Fundindo
Todo o metal que havia, ou, céleres, brunindo
Espadas e punhais, capacetes e lanças,
Viam-se a trabalhar os homens e as crianças.
Heróicas, abafando os soluços e as queixas,
As mulheres, tecendo os fios das madeixas,
Cortavam-nas.
Cobrindo espáduas deslumbrantes,
Cercando a carnação de seios palpitantes
Como véus de veludo, e provocando beijos,
Excitaram paixões e lúbricos desejos
Essas tranças da cor das noites tormentosas…
Quantos lábios, ardendo em sedes luxuriosas,
As tocaram outrora entre febris abraços!..
Tranças que tanta vez – frágeis e doces laços! –
Foram cadeias de ouro invencíveis, prendendo
Almas e corações, – agora, distendendo
Os arcos, despedindo as setas aguçadas,
Iam levar a morte… – elas, que, perfumadas,
Outrora tanta vez deram a vida e o alento
Aos presos corações!…
Triste, entretanto, lento,
Ao pesado labor do dia sucedera
O silêncio noturno. A treva se estendera:
Adormecera tudo. E, no outro dia, quando
Veio de novo o sol, e a aurora, rutilando,
Encheu o firmamento e iluminou a terra,
A luta começou.
II[editar]
As máquinas de guerra
Movem-se. Treme, estala, e parte-se a muralha,
Racha de lado a lado. Ao clamor da batalha
Estremece o arredor. Brandindo o pílum, prontas,
Confundem-se as legiões. Perdido o freio, às tontas,
Desbocam-se os corcéis. Enrijam-se, esticadas
Nos arcos, a ringir, as cordas. Aceradas,
Partem setas, zunindo. Os dardos, sibilando,
Cruzam-se. Éneos broquéis amolgam-se, ressoando,
Aos embates brutais dos piques arrojados.
Loucos, afuzilando os olhos, os soldados,
Presa a respiração, torvo e medonho o aspeito,
Pela férrea squammata abroquelado o peito,
Se escruam no furor, sacudindo os macetes.
Não param, entretanto, os golpes dos aríetes,
Não cansam no trabalho os musculosos braços
Dos guerreiros. Oscila o muro. Os estilhaços
Saltam das pedras. Gira, inda uma vez vibrada
No ar, a máquina bruta… E, súbito, quebrada,
Entre o insano clamor do exército e o fremente
Ruído surdo da queda, – estrepitosamente
Rui, desaba a muralha, e a pétrea mole roda,
Rola, remoinha, e tomba, e se esfacela toda.
Rugem aclamações. Como em cachões, furioso,
Parte os diques o mar, roja-se impetuoso,
As vagas encrespando acapeladas, brutas,
E inunda povoações, enche vales e grutas,
E vai semeando o horror e propagando o estrago,
Tal o exército entrou as portas de Cartago…
O ar os gritos de dor e susto, espaço a espaço,
Cortavam. E, a bramir, atropelado, um passo
O invasor turbilhão não deu vitorioso,
Sem que deixasse atrás um rastro pavoroso
De feridos. No ocaso, o sol morria exangue:
Como que refletia o firmamento o sangue
Que tingia de rubro a lâmina brilhante
Das espadas. Então, houve um supremo instante,
Em que, cravando o olhar no intrépido africano
Asdrúbal, ordenou Cipião Emiliano:
“- Deixa-me executar as ordens do Senado!
Cartago morrerá: perturba o ilimitado
Poder da invicta Roma… Entrega-te! -”
Orgulhoso,
A fronte levantando, ousado e rancoroso,
Disse o cartaginês:
“- Enquanto eu tiver vida,
Juro que não será Cartago demolida!
Quando o incêndio a envolver, o sangue deste povo
Há de apagá-lo. Não! Retira-te! -”
De novo
Falou Cipião:
Atende, Asdrúbal! Por mais forte
Que seja o teu poder, há de prostrá-lo a morte!
Olha! A postos, sem conta, as legiões de Roma,
Que Júpiter protege e que o pavor não doma,
Vão começar em breve a mortandade infrene!
Entrega-te! -”
“- Romano, escuta-me! (solene,
O outro volveu, e a raiva em sua voz rugia)
Asdrúbal é o irmão de Aníbal… Houve um dia
Em que, ante Aníbal, Roma estremeceu vencida
E tonta recuou de súbito ferida.
Ficaram no lugar da pugna, ensangüentados,
Mais de setenta mil romanos, trucidados
Pelo esforço e valor dos púnicos guerreiros;
Seis alqueires de anéis dos mortos cavaleiros
Cartago arrecadou… Verás que, como outrora,
Do eterno Baal-Moloch a proteção agora
Teremos. A vitória há de ser nossa… Escuta:
Manda que recomece a carniceira luta! -”
E horrível, e feroz, durante a noite e o dia,
Recomeçou a luta. Em cada casa havia
Um punhado de heróis. Seis vezes, pela face
Do céu, seguiu seu curso o sol, sem que parasse
O medonho estridor da sanha da batalha…
Quando a noite descia, a treva era a mortalha
Que envolvia, piedosa, os corpos dos feridos.
Rolos de sangue e pó, blasfêmias e gemidos,
Preces e imprecações… As próprias mães, entanto,
Heróicas na aflição, enxuto o olhar de pranto,
Viam cair sem vida os filhos. Combatentes
Houve, que, não querendo aos golpes inclementes
Do inimigo entregar os corpos das crianças,
Matavam-nas, erguendo as suas próprias lanças…
Por fim, quando de todo a vida desertando
Foi a extinta cidade, e, lúgubre, espalmando
As asas negras no ar, pairou sinistra e horrenda
A morte, teve um fim a peleja tremenda,
E o incêndio começou.
III[editar]
Fraco e medroso, o fogo
À branda viração tremeu um pouco, e logo,
Inda pálida e tênue, ergueu-se. Mais violento,
Mais rápido soprou por sobre a chama o vento:
E o que era labareda, agora ígnea serpente
Gigantesca, estirando o corpo, de repente
Desenrosca os anéis flamívomos, abraça
Toda a cidade, estala as pedras, cresce, passa,
Rói os muros, estronda, e, solapando o solo,
Os alicerces broca, e estringe tudo. Um rolo
De plúmbeo e denso fumo enegrecido em torno
Se estende, como um véu, do comburente forno.
Na horrorosa eversão, dos templos arrancado,
Vibra o mármore, salta; abre-se, estilhaçado,
Tudo o que o incêndio aperta… E a fumarada cresce
Sobe vertiginosa, espalha-se, escurece
O firmamento… E, sobre os restos da batalha,
Arde, voraz e rubra, a colossal fornalha.
Mudo e triste Cipiáo, longe dos mais, no entanto,
Deixa livre correr pelas faces o pranto…
É que, – vendo rolar, num rápido momento
Para o abismo do olvido e do aniquilamento
Homens e tradições, reveses e vitórias,
Batalhas e troféus, seis séculos de glórias
Num punhado de cinza -, o general previa
Que Roma, a invicta, a forte, a armipotente, havia
De ter o mesmo fim da orgulhosa Cartago.
E, perto, o precipitar estrepitoso e vago
D0 incêndio, que lavrava e inda rugia ativo,
Era como o rumor de um pranto convulsivo…
Dizem que , Catão o antigo, em suas preleções na roma antiga
terminava seu discurso com essa frase que ficou famosa- delenda Carthago.
Ou Carthado tem que. ser destruída.
Carthago , hoje Líbano era a Fenícia e tinha um comércio grande
na época romana.
Meu Deus, que loucura foi a conquista de Cartago por Roma,
tudo pela cobiça , 70 mil romanos sucumbiram na tomada da cidade,
Esse poema é uma aula de história antiga .
Cipião x Anibal.
Esse Cipião, gal. romano fez miséria na península ibérica.
Muito bom.
QUE PENA , se foi Carlos Heitor Cony, poderia ficar mais uns anos e passar aquela marca dos 93 difundida por Salomão que por sinal deve estar beirando.
Com meu bofe na garupa
saí do triângulo mineiro
fui gritando upa upa
sem um destino certo
por certo em qualquer estancieiro.
Uberlândia ficou pra trás
também Teófilo Otoni
na motinha sem parar
Com destino agora certo
destino é Araxá,
naquelas águas termais
haveremos de nos esbaldar.
Vamos acordar o prédio
e todos que nos cercar
vai ser uma gritaria louca
quando fomos nos amar
E o dono pediu silêncio
não podemos evitar
pegamos nossas mochilas
e descambamos de voltar.
Guaicurus on ESSA TÁBUA JÁ LEVOU MUITO PREGO: “Vai virar um dessas!? kkk https://fapello.com/content/t/s/ts-miadeluxxe/1000/ts-miadeluxxe_0108.jpg” jun 25, 15:39
Guaicurus on ESSA TÁBUA JÁ LEVOU MUITO PREGO: “Esse vai ser um dos meninos do Carlos?? KKK Logo esse aí, vem aqui com a carinha fina!” jun 25, 15:37
Máximo Ternura on NOTÍCIAS DO DIA: “– Governo do Pinguço Ladrão recusou-se trazer o corpo de volta ao país, disse que isso é problema da família.…” jun 25, 15:30
Alaor on TRIBUNA LIVRE: “Maisa silva?” jun 25, 15:27
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J P on TRIBUNA LIVRE: “Beto invocado onde ele quer atravessar o celular, será se queria ir através da voz… Três da madruga A gente…” jun 25, 14:44
janeiro 6th, 2018 at 8:20
Sei lá .
Antes o pessoal quando queriam acender um cigarro me pediam fogo.
Agora, quando um barofeiro vem me pedir fogo, ele diz:
tem uma brasa aí?
janeiro 6th, 2018 at 9:57
Cara me pergunta:
o senhor é empreendedor
Não o meu pau é empreendedor, eu sou um simples bibelô.
janeiro 6th, 2018 at 10:26
Flamengo também negociou cinco jogadores com times estrangeiros. Os meia-atacantes Matheus Savio e Cafu foram emprestados ao Estoril, de Portugal, o atacante Nixon atuará pelo Kalmar, da Suécia, em 2018, enquanto Thiago Santos e Trindade jogarão na Índia, onde defenderão Mumbai FC e Jamshedpur, respectivamente.
Além disso, o Flamengo anunciou que o zagueiro Rafael Dumas, os volantes Muralha e Luiz Antonio, o meia Conca e os atacantes Gabriel Ramos, Rafinha e Douglas Baggio, além de Paulinho não terão seus contratos renovados e estão fora do elenco do time para 2018.
Essa barca do Flamengo , o que houve com o Conca , joga na mesma posição do Diego, mesmo assim será se desaprendeu.
Já Luis Antonio se não atirou-se na caninha era um bom volante.
janeiro 6th, 2018 at 10:37
Delenda Carthago!
As alterações pendentes são mostradas nesta páginaPágina não verificada
Defenda Carthago!
por Olavo Bilac
Dados de edição indisponíveis
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Fulge e dardeja o sol nos amplos horizontes
Do céu da África. Ao largo, em plena luz, dos montes
Destacam-se os perfis. Tremulamente ondeia,
Vasto oceano de prata, a requeimada areia.
O ar, pesado, sufoca. E, desfraldando ovantes
Das bandeiras ao vento as pregas ondulantes,
Desfilam as legiões do exército romano
Diante do general Cipião Emiliano.
Tal soldado sopesa a dava de madeira;
Tal, que a custo sofreia a cólera guerreira,
Maneja a bipenata e rude machadinha.
Este, à ilharga pendente, a rútila bainha
Leva do gládio. Aquele a poderosa maça
Carrega, e às largas mãos a ensaia. A custo passa,
Curvado sob o peso e de fadiga aflando,
De guerreiros um grupo, os aríetes levando.
Brilham em confusão cristados capacetes.
Cavaleiros, contendo os ardidos ginetes,
Solta a clâmide ao ombro, ao braço afivelado
O côncavo broquel de cobre cinzelado,
Brandem o pílum no ar. Ressona, a espaços, rouca,
A bélica bucina. A tuba cava à boca
Dos eneatores troa. Hordas de sagitários
Vêem-se, de arco e carcás armados. O ouro e os vários
Ornamentos de prata embutem-se, em tauxias
De um correto lavor, nas armas luzidias
Dos generais. E, ao sol, que, entre nuvens, cintila,
Em torno de Cartago o exército desfila.
Mas, passada a surpresa, às pressas, a cidade
Aos escravos cedera armas e liberdade,
E era toda rumor e agitação. Fundindo
Todo o metal que havia, ou, céleres, brunindo
Espadas e punhais, capacetes e lanças,
Viam-se a trabalhar os homens e as crianças.
Heróicas, abafando os soluços e as queixas,
As mulheres, tecendo os fios das madeixas,
Cortavam-nas.
Cobrindo espáduas deslumbrantes,
Cercando a carnação de seios palpitantes
Como véus de veludo, e provocando beijos,
Excitaram paixões e lúbricos desejos
Essas tranças da cor das noites tormentosas…
Quantos lábios, ardendo em sedes luxuriosas,
As tocaram outrora entre febris abraços!..
Tranças que tanta vez – frágeis e doces laços! –
Foram cadeias de ouro invencíveis, prendendo
Almas e corações, – agora, distendendo
Os arcos, despedindo as setas aguçadas,
Iam levar a morte… – elas, que, perfumadas,
Outrora tanta vez deram a vida e o alento
Aos presos corações!…
Triste, entretanto, lento,
Ao pesado labor do dia sucedera
O silêncio noturno. A treva se estendera:
Adormecera tudo. E, no outro dia, quando
Veio de novo o sol, e a aurora, rutilando,
Encheu o firmamento e iluminou a terra,
A luta começou.
II[editar]
As máquinas de guerra
Movem-se. Treme, estala, e parte-se a muralha,
Racha de lado a lado. Ao clamor da batalha
Estremece o arredor. Brandindo o pílum, prontas,
Confundem-se as legiões. Perdido o freio, às tontas,
Desbocam-se os corcéis. Enrijam-se, esticadas
Nos arcos, a ringir, as cordas. Aceradas,
Partem setas, zunindo. Os dardos, sibilando,
Cruzam-se. Éneos broquéis amolgam-se, ressoando,
Aos embates brutais dos piques arrojados.
Loucos, afuzilando os olhos, os soldados,
Presa a respiração, torvo e medonho o aspeito,
Pela férrea squammata abroquelado o peito,
Se escruam no furor, sacudindo os macetes.
Não param, entretanto, os golpes dos aríetes,
Não cansam no trabalho os musculosos braços
Dos guerreiros. Oscila o muro. Os estilhaços
Saltam das pedras. Gira, inda uma vez vibrada
No ar, a máquina bruta… E, súbito, quebrada,
Entre o insano clamor do exército e o fremente
Ruído surdo da queda, – estrepitosamente
Rui, desaba a muralha, e a pétrea mole roda,
Rola, remoinha, e tomba, e se esfacela toda.
Rugem aclamações. Como em cachões, furioso,
Parte os diques o mar, roja-se impetuoso,
As vagas encrespando acapeladas, brutas,
E inunda povoações, enche vales e grutas,
E vai semeando o horror e propagando o estrago,
Tal o exército entrou as portas de Cartago…
O ar os gritos de dor e susto, espaço a espaço,
Cortavam. E, a bramir, atropelado, um passo
O invasor turbilhão não deu vitorioso,
Sem que deixasse atrás um rastro pavoroso
De feridos. No ocaso, o sol morria exangue:
Como que refletia o firmamento o sangue
Que tingia de rubro a lâmina brilhante
Das espadas. Então, houve um supremo instante,
Em que, cravando o olhar no intrépido africano
Asdrúbal, ordenou Cipião Emiliano:
“- Deixa-me executar as ordens do Senado!
Cartago morrerá: perturba o ilimitado
Poder da invicta Roma… Entrega-te! -”
Orgulhoso,
A fronte levantando, ousado e rancoroso,
Disse o cartaginês:
“- Enquanto eu tiver vida,
Juro que não será Cartago demolida!
Quando o incêndio a envolver, o sangue deste povo
Há de apagá-lo. Não! Retira-te! -”
De novo
Falou Cipião:
Atende, Asdrúbal! Por mais forte
Que seja o teu poder, há de prostrá-lo a morte!
Olha! A postos, sem conta, as legiões de Roma,
Que Júpiter protege e que o pavor não doma,
Vão começar em breve a mortandade infrene!
Entrega-te! -”
“- Romano, escuta-me! (solene,
O outro volveu, e a raiva em sua voz rugia)
Asdrúbal é o irmão de Aníbal… Houve um dia
Em que, ante Aníbal, Roma estremeceu vencida
E tonta recuou de súbito ferida.
Ficaram no lugar da pugna, ensangüentados,
Mais de setenta mil romanos, trucidados
Pelo esforço e valor dos púnicos guerreiros;
Seis alqueires de anéis dos mortos cavaleiros
Cartago arrecadou… Verás que, como outrora,
Do eterno Baal-Moloch a proteção agora
Teremos. A vitória há de ser nossa… Escuta:
Manda que recomece a carniceira luta! -”
E horrível, e feroz, durante a noite e o dia,
Recomeçou a luta. Em cada casa havia
Um punhado de heróis. Seis vezes, pela face
Do céu, seguiu seu curso o sol, sem que parasse
O medonho estridor da sanha da batalha…
Quando a noite descia, a treva era a mortalha
Que envolvia, piedosa, os corpos dos feridos.
Rolos de sangue e pó, blasfêmias e gemidos,
Preces e imprecações… As próprias mães, entanto,
Heróicas na aflição, enxuto o olhar de pranto,
Viam cair sem vida os filhos. Combatentes
Houve, que, não querendo aos golpes inclementes
Do inimigo entregar os corpos das crianças,
Matavam-nas, erguendo as suas próprias lanças…
Por fim, quando de todo a vida desertando
Foi a extinta cidade, e, lúgubre, espalmando
As asas negras no ar, pairou sinistra e horrenda
A morte, teve um fim a peleja tremenda,
E o incêndio começou.
III[editar]
Fraco e medroso, o fogo
À branda viração tremeu um pouco, e logo,
Inda pálida e tênue, ergueu-se. Mais violento,
Mais rápido soprou por sobre a chama o vento:
E o que era labareda, agora ígnea serpente
Gigantesca, estirando o corpo, de repente
Desenrosca os anéis flamívomos, abraça
Toda a cidade, estala as pedras, cresce, passa,
Rói os muros, estronda, e, solapando o solo,
Os alicerces broca, e estringe tudo. Um rolo
De plúmbeo e denso fumo enegrecido em torno
Se estende, como um véu, do comburente forno.
Na horrorosa eversão, dos templos arrancado,
Vibra o mármore, salta; abre-se, estilhaçado,
Tudo o que o incêndio aperta… E a fumarada cresce
Sobe vertiginosa, espalha-se, escurece
O firmamento… E, sobre os restos da batalha,
Arde, voraz e rubra, a colossal fornalha.
Mudo e triste Cipiáo, longe dos mais, no entanto,
Deixa livre correr pelas faces o pranto…
É que, – vendo rolar, num rápido momento
Para o abismo do olvido e do aniquilamento
Homens e tradições, reveses e vitórias,
Batalhas e troféus, seis séculos de glórias
Num punhado de cinza -, o general previa
Que Roma, a invicta, a forte, a armipotente, havia
De ter o mesmo fim da orgulhosa Cartago.
E, perto, o precipitar estrepitoso e vago
D0 incêndio, que lavrava e inda rugia ativo,
Era como o rumor de um pranto convulsivo…
Categoria: Olavo Bilac
janeiro 6th, 2018 at 10:53
Dizem que , Catão o antigo, em suas preleções na roma antiga
terminava seu discurso com essa frase que ficou famosa- delenda Carthago.
Ou Carthado tem que. ser destruída.
Carthago , hoje Líbano era a Fenícia e tinha um comércio grande
na época romana.
janeiro 6th, 2018 at 11:32
hoje ieu to cus peito cheio desse troço ai
de Carthago.
janeiro 6th, 2018 at 17:10
Meu Deus, que loucura foi a conquista de Cartago por Roma,
tudo pela cobiça , 70 mil romanos sucumbiram na tomada da cidade,
Esse poema é uma aula de história antiga .
Cipião x Anibal.
Esse Cipião, gal. romano fez miséria na península ibérica.
Muito bom.
janeiro 6th, 2018 at 17:33
Maringá se passar por aí traz pra nós – o pistoleiro da marreta biônica, acho que é o Chapolin.
janeiro 6th, 2018 at 18:04
QUE PENA , se foi Carlos Heitor Cony, poderia ficar mais uns anos e passar aquela marca dos 93 difundida por Salomão que por sinal deve estar beirando.
janeiro 6th, 2018 at 18:18
Com meu bofe na garupa
saí do triângulo mineiro
fui gritando upa upa
sem um destino certo
por certo em qualquer estancieiro.
Uberlândia ficou pra trás
também Teófilo Otoni
na motinha sem parar
Com destino agora certo
destino é Araxá,
naquelas águas termais
haveremos de nos esbaldar.
Vamos acordar o prédio
e todos que nos cercar
vai ser uma gritaria louca
quando fomos nos amar
E o dono pediu silêncio
não podemos evitar
pegamos nossas mochilas
e descambamos de voltar.
janeiro 6th, 2018 at 18:56
9- É que Salomão disse qeu queria ir aos 93 , sendo atingido em pleno ato sexual por um jovem marido traído.