Todo adulto é um adúltero. Não precisa ser fiel a mais nada.
Se ele continua apegado a antigas convicções, antigas preferências e antigas manias, é um preguiçoso que se acomodou, escolheu viver de forma repetitiva, no piloto automático, cansado para novos entusiasmos. Está aguardando a morte sem aproveitar a liberdade que a maturidade lhe daria, caso tivesse amadurecido. Se ainda está agarrado ao que lhe definia a…os 18 anos, então não saiu mesmo dos 18.
Um adulto de verdade, bem acabado, trai a si próprio sem um pingo de culpa. Festeja a alforria que o acúmulo de vivência lhe trouxe de bônus. Tornou-se um condenado à morte com direito a centenas de últimos desejos.
Um adulto é um adúltero que um dia jurou fidelidade eterna aos Beatles e aos Rolling Stones, mas que um belo dia cansou de conservá-los com naftalina e que resolveu confessar que já não consegue escutar Yesterday sem enfrentar náuseas e que se sente ridículo dançando I can´t get no satisfaction. Trocou o rock pelo neo soul, seja lá o que for isso. Escuta coisas que despertam sua atenção aqui e ali, estilos que gosta num dia e dispensa no outro, e segue em busca de novidades sem querer aterrissar em mais nenhuma “banda preferida” que o enclausure num perfil. Só não rasga a carteira de identidade porque o juízo se mantém.
Um adulto é um adúltero que adorava o verão quando era um frangote, mas que ao abandonar as pranchas e ao se aproximar dos livros acabou criando uma predileção pelo inverno, até que o tempo passou mais um pouco e ele entendeu que a primavera e o outono é que eram cativantes pela ausência de extremismo, e agora, neste instante, voltou a preferir o verão, mas não assina embaixo, não tem mais firma reconhecida em cartório algum.
Um adulto é um adúltero que deixou de ser fiel aos próprios gostos. Deu-se conta disso quando, ao frequentar a casa de amigos, reparava que serviam a ele sempre o mesmo prato: como explicar que virou um cafajeste gastronômico chegado a outros sabores? As conversas igualmente passaram a se repetir e ele se flagrou aceitando convites de estranhos – hoje é chegado a outros amigos também.
Don Juan de si mesmo, já não tem cor que lhe assente, autor que o represente, estilo de vestir que o catalogue, pensamento que o antecipe, sonho que o enquadre, viagem que o carimbe. Só não muda de time porque restou algum caráter.
Quanto ao amor, não é tolo. Sabe que quanto mais ele se abre para o mundo, quanto mais areja e celebra a própria vida, mais seguro estará nos braços de uma única pessoa, preservando a intimidade conquistada. Amor não é cor, música, esporte, estação do ano, ponto no mapa. Ele varia a si mesmo justamente para não precisar se procurar em mais ninguém.
5 – Olha Jô, concordei com tudo o que diz no texto, com apenas uma ressalva, sobre as musicas, (com todo respeito a quem gosta ), ”EU NÃO DÔ CONTA DE OUVIR ANITA, PABLA” e MUITAS outras porcarias…
KKKKKKKKKKKKKKKKK
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Comentários
J P on TRIBUNA LIVRE: “Lalá foi ver as fotos da estrada da serra do rio do rastro e ficou estupefato- tá loco meu, tô…” nov 16, 10:25
J P on TRIBUNA LIVRE: “Um idoso perdeu R$ 2,5 mil ao pensar que estava se relacionando com uma médica do Afeganistão pelas redes sociais…” nov 16, 09:52
Alaor on TRIBUNA LIVRE: “A puta ir lá na naquele iate cheio de negão kkkk pqp deve ter levado uns 2 litros de porra…” nov 16, 09:51
Alaor on TRIBUNA LIVRE: “Virgínia é uma biscate Que nora que o Leonardo tinha hein?” nov 16, 09:49
Alaor on TRIBUNDA LIVRE 18+: “Só querem bagunça essas moças https://cdn1337.pichunter.com/media/posts/12–9335861/conversions/592611-dfe771c36d18c2ebec78122129531c82-post_single_big.jpg” nov 16, 09:39
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J P on TRIBUNA LIVRE: “Quem diria, o Brasil bateu o time não do bafama bafama que esse era outro patamar, mas o forte time…” nov 16, 08:47
fevereiro 4th, 2020 at 6:15
Bom-dia,Divas…
fevereiro 4th, 2020 at 7:10
Thuga agora estás pronta para conquistar o Piteco.
fevereiro 4th, 2020 at 9:54
Piteco e seu new luv, JG.
Amor, traga-me café da manhà na cama?
fevereiro 4th, 2020 at 11:21
Pit se achando logo pela manhã, mas muito tristonho por alguma falta…
fevereiro 4th, 2020 at 14:28
Todo adulto é um adúltero. Não precisa ser fiel a mais nada.
Se ele continua apegado a antigas convicções, antigas preferências e antigas manias, é um preguiçoso que se acomodou, escolheu viver de forma repetitiva, no piloto automático, cansado para novos entusiasmos. Está aguardando a morte sem aproveitar a liberdade que a maturidade lhe daria, caso tivesse amadurecido. Se ainda está agarrado ao que lhe definia a…os 18 anos, então não saiu mesmo dos 18.
Um adulto de verdade, bem acabado, trai a si próprio sem um pingo de culpa. Festeja a alforria que o acúmulo de vivência lhe trouxe de bônus. Tornou-se um condenado à morte com direito a centenas de últimos desejos.
Um adulto é um adúltero que um dia jurou fidelidade eterna aos Beatles e aos Rolling Stones, mas que um belo dia cansou de conservá-los com naftalina e que resolveu confessar que já não consegue escutar Yesterday sem enfrentar náuseas e que se sente ridículo dançando I can´t get no satisfaction. Trocou o rock pelo neo soul, seja lá o que for isso. Escuta coisas que despertam sua atenção aqui e ali, estilos que gosta num dia e dispensa no outro, e segue em busca de novidades sem querer aterrissar em mais nenhuma “banda preferida” que o enclausure num perfil. Só não rasga a carteira de identidade porque o juízo se mantém.
Um adulto é um adúltero que adorava o verão quando era um frangote, mas que ao abandonar as pranchas e ao se aproximar dos livros acabou criando uma predileção pelo inverno, até que o tempo passou mais um pouco e ele entendeu que a primavera e o outono é que eram cativantes pela ausência de extremismo, e agora, neste instante, voltou a preferir o verão, mas não assina embaixo, não tem mais firma reconhecida em cartório algum.
Um adulto é um adúltero que deixou de ser fiel aos próprios gostos. Deu-se conta disso quando, ao frequentar a casa de amigos, reparava que serviam a ele sempre o mesmo prato: como explicar que virou um cafajeste gastronômico chegado a outros sabores? As conversas igualmente passaram a se repetir e ele se flagrou aceitando convites de estranhos – hoje é chegado a outros amigos também.
Don Juan de si mesmo, já não tem cor que lhe assente, autor que o represente, estilo de vestir que o catalogue, pensamento que o antecipe, sonho que o enquadre, viagem que o carimbe. Só não muda de time porque restou algum caráter.
Quanto ao amor, não é tolo. Sabe que quanto mais ele se abre para o mundo, quanto mais areja e celebra a própria vida, mais seguro estará nos braços de uma única pessoa, preservando a intimidade conquistada. Amor não é cor, música, esporte, estação do ano, ponto no mapa. Ele varia a si mesmo justamente para não precisar se procurar em mais ninguém.
(Martha Medeiros)
fevereiro 4th, 2020 at 15:13
5 – Olha Jô, concordei com tudo o que diz no texto, com apenas uma ressalva, sobre as musicas, (com todo respeito a quem gosta ), ”EU NÃO DÔ CONTA DE OUVIR ANITA, PABLA” e MUITAS outras porcarias…
KKKKKKKKKKKKKKKKK