Na Antiguidade clássica, os filósofos achavam que cinco era o número máximo de amigos próximos que alguém podia ter. Nos anos 1990, cientistas britânicos liderados por Robin Dunbar desenvolveram a teoria de que o nosso cérebro limita a quantidade de pessoas importante por vez nas nossas vidas. A lógica era simples: quanto maior o cérebro, maior o círculo social – porque animais com cérebros maiores são capazes de lembrar e, sendo assim, de interagir e se envolver de maneira mais profunda com seus semelhantes. Dunbar criou, inclusive, uma fórmula aproximada para calcular o número de amigos através do tamanho do cérebro.
A pesquisa demonstrou que há uma quantidade finita de amigos: 150 pessoas é o tamanho máximo da nossa esfera social. Além disso, cada grupo de 150 pode ser dividido em níveis de proximidade de 5,15,50 e 150 – a camada de pessoas mais próxima e mais conectada tinha apenas cinco amigos. Ou seja, a escala de Dunbar varia de amigo/irmão que você contaria seus piores segredos a um mero conhecido do trabalho.
Recentemente, Dunbar, que hoje está na Universidade de Oxford, e outros cientistas resolveram encontrar provas mais concretas para a teoria da escala de amizades e descobriram que estamos um pouco mais solitários do que estávamos há 20 e poucos anos. A pesquisa parece remake, mas é inédita: eles analisaram mais de seis milhões de chamadas telefônicas de 35 milhões de pessoas. Essa quantidade gigantesca de dados rendeu informações curiosas sobre os tipos de contato social que podemos estabelecer.
A equipe assumiu que a frequência das ligações entre duas pessoas é a medida da força e da proximidade do relacionamento entre elas. Para filtrar os telefonemas de trabalho e ligações casuais (como os infames telemarketings), foram incluídas apenas as pessoas que ligam umas para às outras – critério da reciprocidade. Eles contaram o número de chamadas que cada um faz aos seus contatos e usaram algoritmos de agrupamento para procurar padrões dentro dessa base enorme de dados. Os números que surgiram mostram que perdemos alguns amigos com o passar o tempo. A nova escala ficou mais enxuta: 4.1, 11, 29.8 e 128.
O restante dos resultados encontrados nessa nova edição do estudo é bastante parecido com do estudo original, o que prova a teoria de que o cérebro limita nosso círculo social. O problema do remake é que quem não liga com frequência para os melhores amigos, foi excluído da pesquisa.
Se você duvida dessa escala, acha que não tem quatro bons amigos ou que tem muito mais que isso, faça um teste menos complexo que o de Dunbar: ligue para seus amigos no meio da noite, diga que precisa de dinheiro emprestado, carona na cidade vizinha ou de uma mão na mudança. Então conte quantos ajudarão. Poucos e bons.
Sei lá, mas acho que amigo amigo mesmo… 5 já é um número bem modesto!
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Comentários
J P on TRIBUNA LIVRE: “O Brasil só será novamente campeão quando o João Honesto e o Zé Grandão conseguirem pegar o coelho Quincas…” jun 8, 11:03
Alaor on TRIBUNA LIVRE: “A dupla manda bem No gran finale a morena até se agarrou pro mandrião não ter escapatória kkkk https://i.postimg.cc/2jC3PGXg/17.jpg” jun 8, 10:27
J P on TRIBUNA LIVRE: “Contigo gavião, cem pombas seremos nós. Consta que realmente o bando continha 49 pombas que era um número considerável, visto…” jun 8, 10:20
Alaor on TRIBUNA LIVRE: “Legal essa dupla que achei Trepam todas de botinha até o final” jun 8, 10:15
Inácio Rapozza on SERMÃO DA SEXTA FEIRA: “Tem como enviar este vídeo pelo WhatsApp?” jun 8, 10:14
J P on TRIBUNA LIVRE: “então o poeta falou…vai Carlos! Ser gauche na vida E o Carlos foi e não gostou do que viu…” jun 8, 10:05
J P on TRIBUNA LIVRE: “Pelo jeito today is day de trato-feito visto as programações da tvs- verei um pouco o SBT para ver se…” jun 8, 09:58
outubro 13th, 2016 at 1:35
Na Antiguidade clássica, os filósofos achavam que cinco era o número máximo de amigos próximos que alguém podia ter. Nos anos 1990, cientistas britânicos liderados por Robin Dunbar desenvolveram a teoria de que o nosso cérebro limita a quantidade de pessoas importante por vez nas nossas vidas. A lógica era simples: quanto maior o cérebro, maior o círculo social – porque animais com cérebros maiores são capazes de lembrar e, sendo assim, de interagir e se envolver de maneira mais profunda com seus semelhantes. Dunbar criou, inclusive, uma fórmula aproximada para calcular o número de amigos através do tamanho do cérebro.
A pesquisa demonstrou que há uma quantidade finita de amigos: 150 pessoas é o tamanho máximo da nossa esfera social. Além disso, cada grupo de 150 pode ser dividido em níveis de proximidade de 5,15,50 e 150 – a camada de pessoas mais próxima e mais conectada tinha apenas cinco amigos. Ou seja, a escala de Dunbar varia de amigo/irmão que você contaria seus piores segredos a um mero conhecido do trabalho.
Recentemente, Dunbar, que hoje está na Universidade de Oxford, e outros cientistas resolveram encontrar provas mais concretas para a teoria da escala de amizades e descobriram que estamos um pouco mais solitários do que estávamos há 20 e poucos anos. A pesquisa parece remake, mas é inédita: eles analisaram mais de seis milhões de chamadas telefônicas de 35 milhões de pessoas. Essa quantidade gigantesca de dados rendeu informações curiosas sobre os tipos de contato social que podemos estabelecer.
A equipe assumiu que a frequência das ligações entre duas pessoas é a medida da força e da proximidade do relacionamento entre elas. Para filtrar os telefonemas de trabalho e ligações casuais (como os infames telemarketings), foram incluídas apenas as pessoas que ligam umas para às outras – critério da reciprocidade. Eles contaram o número de chamadas que cada um faz aos seus contatos e usaram algoritmos de agrupamento para procurar padrões dentro dessa base enorme de dados. Os números que surgiram mostram que perdemos alguns amigos com o passar o tempo. A nova escala ficou mais enxuta: 4.1, 11, 29.8 e 128.
O restante dos resultados encontrados nessa nova edição do estudo é bastante parecido com do estudo original, o que prova a teoria de que o cérebro limita nosso círculo social. O problema do remake é que quem não liga com frequência para os melhores amigos, foi excluído da pesquisa.
Se você duvida dessa escala, acha que não tem quatro bons amigos ou que tem muito mais que isso, faça um teste menos complexo que o de Dunbar: ligue para seus amigos no meio da noite, diga que precisa de dinheiro emprestado, carona na cidade vizinha ou de uma mão na mudança. Então conte quantos ajudarão. Poucos e bons.
outubro 13th, 2016 at 17:53
Sei lá, mas acho que amigo amigo mesmo… 5 já é um número bem modesto!